16 Mar 2019 16:48
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<h1>Um Instante De Carinho</h1>
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<p>A imagem me faz raciocinar sobre isto quem ela era antes do casamento e da maternidade. Minha mãe se divertindo. Minha mãe na balada com teu séquito de amigas, quem sabe até se metendo em encrenca. Minha mãe, uma mulher saindo com amigas. Isso me assombra em razão de as amigas da minha mãe eram principalmente as do serviço e, no final dos anos 1980, todas já tinham sumido. Uma vez, quando eu tinha 18 anos ela me disse: "Bem, você entende que eu não possuo com quem conversar".</p>
<p>E essa frase, mencionada então, com tal pouco-caso, talvez explique por que o casamento a todo o momento me pareceu um purgatório. Facebook Revela Vai-e-vem Dos Casais Durante Um Ano é um trato que ainda vejo muitas mulheres fazendo, incluindo amigas que não são mais amigas. Os amigos perdem gravidade. Isso era uma história que as mulheres engoliam: que a amizade era feita pra passar o tempo até você encontrar seu fundado propósito pela vida, como esposa e mãe.</p>
<p>A satisfação era uma questão que você proporcionava a seus filhos, não a você mesma. Minha mãe foi a primeira a personificar uma contradição pra mim. Uma coisa que eu veria em 2 amigos que tinham traído suas mulheres e um que provavelmente o faria. Homens e mulheres, no meio de famílias em frequente avanço, que ainda desta maneira eram as pessoas mais solitárias do planeta.</p>
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<li>Quatro - Mimados</li>
<li>vinte e três de agosto de 2016 às 7:Quarenta e cinco</li>
<li>Terezinha Schardosim argumentou</li>
<li>Melhorar sua carreira</li>
<li>1 de abril de 2015 às 21:04</li>
<li>2 Família Santiago</li>
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<p>Tem mais essa: ela peida. Porém muito mesmo. Vivo compartilhando que um dia ela vai soltar uma explosão tamanha que vai entrar em órbita. Meus primos se impressionam com tua inteligência sem final de expressar doçura. Para eles, ela é "a" tia. Uma pessoa capaz de te envolver com as palavras, como num abraço suave e doce, mesmo que sejam frases tão fácil quanto "Feliz Natal".</p>
<p>Quando está com os irmãos, ela vira a irmã mais velha, aquela que ficou na Jamaica, a última das irmãs a se casar e a última a se convencer de que você precisa se casar com meu pai. No enterro da mãe, em 1976, ela abraçou firme duas de tuas irmãs no tempo em que elas desabavam.</p>
<p>Ela mesma estava cansada, os braços ao redor de minhas tias, seus olhos ocultos na sombra de seu chapéu preto de aba larga. Só uma lágrima escorria pela tua face direita. Ela é até hoje a irmã pela qual elas se amparam. E outra coisa: ela continua a me chamar de "baby" pela frente de toda gente. E é desse modo: "Bye, bayyybeeeee". Aos 21 anos, eu neste momento um homem feito, isso me importunava profundamente; contudo neste instante, sempre que nos despedimos, em moradia ou no aeroporto, eu fico ali, em suspense, só esperando ela expor.</p>
<p>Uma vez, numa tarde modorrenta de domingo, quando eu tinha uns quinze ou dezesseis anos, eu estava com meu pai pela cozinha, aprendendo como aprontar lagosta, e o vi vendo de soslaio na janela que dava pro jardim. Ele me chamou para perto com um aceno da mão esquerda, no tempo em que com a direita espetava as lagostas com um garfo amplo e as mergulhava pela gordura que pipocava. Como Conquistar Um Namorado Em Apenas 3 Passos , minha mãe estava ajoelhada no jardim, e nós lá de dentro a observávamos como se aquela mulher plantando flores fosse uma desconhecida prestes a se levantar e sair do quadro.</p>
<p>Ela nunca conversou um palavrão. Nunca. Nem mesmo "merda". Flannery O'Connor disse certa vez que as grandes histórias não se prestam à paráfrase. Tenho a impressão de que a história de minha mãe não se presta a virar uma história. Ou quem sabe eu só seja apto de recordar, no entanto não de rearranjar, reordenar as memórias na condição de narrativa. ], de Michael Ondaatje. Tenho a impressão de que é algo mais acessível, o evento de que quem sabe eu nem ao menos conheça minha mãe. Imagino que ela gosta de refrigerante de baunilha e ainda o chama de água com bolhinhas. Ela ainda chama guarda-chuva de sombrinha.</p>
<p>Todavia ponha a Televisão em uma disputa de boxe, e você vai vê-la gritar, frenética, como Norman Mailer diante de uma luta de negros. Anos atrás, estávamos sozinhos em moradia, era manhã avançada neste momento. Eu ainda morava com ela, em vista disso devia ter uns 24 ou vinte e cinco anos. Não lembro por que não tinha mais ninguém em casa, mas lembro de ela bater pela minha porta e entrar, nervosa e angustiada. Fiz o que fazem as pessoas de vinte e poucos anos: perguntei por quê.</p>